Sunday, May 27, 2012

Quanto seria saudável crescer em 2012?

Os economistas e analistas da área ligaram o equipamento de futurologia para prever o índice de crescimento do PIB brasileiro neste ano. Os pessimistas afirmam que ficará ao redor de 2,5%. Os mais otimistas falam em algo pouco superior a 3%, mas com certeza, menor que 4%.
No início de março deste ano, a revista Época publicou um artigo (travestido de matéria) que levou como título a angústia dos donos da bola: "Por que crescemos tão pouco?"
O artigo sugeria que o bom crescimento do PIB brasileiro teria como limites um mínimo de 3% (sustentando criação de 1,5 milhão de empregos anuais para absorver os novos profissionais que ingressam no mercado de trabalho tupiniquim, além de garantir a queda da miséria e pobreza em nosso país) e 5% (de maneira a não disparar a inflação). É um cálculo e uma contribuição ao debate sobre o tema.
Como explodimos o nível de endividamento das famílias (45% da renda já comprometida, em abril deste ano) a liberação de recursos e queda dos juros no crediário é elemento central para o sentimento de bem estar e manutenção do consumo de massas. Daí a Cruzada do ministro Mantega para que os juros bancários caiam em 30% a 40% imediatamente.
Mas é insuficiente. Sem investimento e inovação produtivos, continuaremos patinando. A taxa de investimento considerada positiva seria de 20% a 25% do PIB. Em 2009, a taxa foi de 17%. Subiu para pouco mais de 18% no ano passado. O BNDES estimava em 21% neste ano, mas o cenário de agravamento da crise européia já congela as expectativas mais positivas. Lembremos que o BNDES sugere como taxa saudável de investimento aquela que varia entre 23% e 24% do PIB.
No que tange à inovação tecnológica, o índice em 2005 foi de 0,5% do PIB. A taxa de crescimento, contudo, no período 2007-2010 foi de pouco menos de 10% ao ano. A meta sugerida pelo PAC é de 1,5% do PIB. Segundo os dados do PINTEC/IBGE de 2008, 38% das indústrias de transformação pesquisadas investiram em inovação de produto ou processo; e 35% em aspectos organizacionais e marketing.
Enfim, não estamos lá grande coisa.


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