Tuesday, November 22, 2011

Alunos do Colégio Modelo conhecem a realidade social através de pesquisa de campo

Alunos da sala 10 vespertino (3° ano) do Colégio Modelo fizeram um trabalho de pesquisa de campo no aterro sanitário municipal, mais conhecido como lixão. Na área, os mesmos foram conhecer de perto a realidade em que vivem os moradores, que sobrevivem dos restos do lixo depositado ali diariamente.

Com essa experiência, os alunos se comoveram com a situação e resolveram fazer uma campanha no colégio, para arrecadar roupas e alimentos para serem doados às pessoas que vivem no aterro sanitário.

Resolvi publicar parte desse trabalho para mostrar o papel da escola na formação cidadã do seu alunado. 

Abaixo segue a transcrição de parte da entrevista e fotos tiradas para o trabalho:

Como é viver com esse contato direto com o lixo?
Vivemos em meio as moscas, sem ajuda de nenhum órgão público, um verdadeiro abandono. Aqui trabalhamos colhendo papelão, garrafas, ferro, alumínio. A única coisa que fazemos é chamar por Deus.

Qual o destino desse material que é recolhido?
Esse material vai para Irecê, vendemos normalmente ferro e alumínio, e o que nos pagam é uma mixaria: o quilo de ferro é 10 centavos. Os outros materiais recolhidos usamos aqui mesmo na barraca.

Vocês são catadores cadastrados pela prefeitura?
Não, aqui ninguém é cadastrado e nem recebe nenhum apoio de qualquer órgão público. Vivemos do dinheiro que conseguimos com a venda de materiais recicláveis, nunca passamos fome porque trabalhamos.

Se porventura o órgão responsável cumprir de fato com a lei que controla o acesso a área do lixão. como vocês iriam lidar com essa situação?
Iriamos aceitar. Porém, precisaríamos de ajuda. pois é disso que vivemos e é aqui nossa casa. Já até buscamos ajuda, mas ninguém faz questão da vida que levamos.

Vocês tem conhecimento das doenças que esse contato com o lixo pode causar? Já ficaram doentes?
Sim, sabemos. Porém, nunca adoecemos morando aqui e já são 26 anos, acho que o organismo já acostumou.

Vocês vão ao médico? Com que frequência?
Não, não sentimos nada, por isso não vamos. Mas sabemos também que se adoecer é morte na certa.

Ficha técnica:

Disciplina: Filosofia
Professora: Nayara
Alunos: Carla, Danília, Diego, Lílian, Tatiana e Vanderléia




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